Adriano Rodrigues da Silva diz que Dayane Barbosa da Silva foi vítima de negligência. Caso ocorreu nesta segunda-feira (28), no Paranoá; Secretaria de Saúde diz que analisa caso.
Aos 30 anos, Adriano Rodrigues da Silva se preparava para ser pai pela primeira vez. No entanto, a esposa dele, Dayane Barbosa da Silva, de 31 anos, morreu durante o parto no Hospital Regional do Paranoá (HRP), nesta segunda-feira (28).
O caso é investigado pela Polícia Civil. De acordo com Adriano, houve negligência por parte da unidade de saúde. Em nota, Secretaria de Saúde diz que, desde o início, o bebê foi monitorado e que analisa caso (veja íntegra da nota acaso).
“Voltei sozinho para casa, sem minha esposa e sem meu filho”, diz Adriano.
Em entrevista à TV Globo, o homem conta que Dayane passou por sete médicos e acredita que ela foi atendida tardiamente.
De acordo com o homem, a mulher deu entrada no hospital na sexta-feira (25), mas o parto só foi realizado no domingo (27) (veja detalhes abaixo). Segundo Adriano, antes de morrer, a mulher teve o útero retirado e gases foram deixadas dentro da barriga dela.
Dayane deu entrada no hospital na sexta pela manhã. Segundo Adriano, ela estava na fase final da gestação e sentia dores.
No entanto, a mulher foi orientada a voltar no dia seguinte, para realização de exames. De acordo com o marido, a análise feita no sábado constatou que “havia muito líquido na barriga da criança e estava extremamente inchada”.
Por causa do quadro, a mulher foi internada, mas os médicos decidiram induzi-la, com medicação, ao parto normal, apesar do diagnóstico anterior.
Porém, o procedimento não teve sucesso e apenas por volta das 19h de domingo, quando Dayane já apresentava fortes dores no abdômen e passou a convulsionar, os médicos decidiram dar início à cesárea, segundo Adriano.
Segundo a investigação da Polícia Civil, a cesárea “produziu forte sangramento – contínuo e não intermitente – provocando a morte de Dayane”. Ao todo, ela passou por sete médicos antes de morrer. A criança também não resistiu.
O que diz a Secretaria de Saúde
“A Secretaria de Saúde informa que a paciente DBS, de 27 anos, foi atendida no Hospital da Região Leste (HRL) no dia 26 de agosto. Desde o início do atendimento, o binômio mãe – feto foi continuamente monitorado.
Durante a evolução do trabalho de parto, a equipe obstétrica evidenciou instabilidade clínica materna, sendo indicada interrupção imediata da gestação.
Havendo o diagnóstico de uma patologia obstétrica que pode evoluir para óbito do feto em 50% dos casos e em 2% em casos de morte de mãe e feto.
A Secretaria ressalta que está apurando o caso e será analisado pela Comissão de óbito materno-infantil. O HRL é um hospital que atende Obstetrícia de Alto Risco e realizou, em 2022, 2.831 partos. Já em 2023, foram realizados 2.040 partos.