
Em decisão monocrática, o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Maranhão (TCE-MA), Marcelo Tavares, determinou a suspensão imediata de pagamentos das Prefeituras de São Bernardo e Araioses à Distribuidora Mais Saúde, empresa investigada na Operação Barão Vermelho, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Maranhão.
A medida atende a pedido do Ministério Público de Contas (MPC), que identificou lançamentos de créditos de empenhos no exercício financeiro de 2025 nos portais da transparência dos dois municípios, sem a existência aparente de contratos formais com a empresa.
Segundo o MPC, a Distribuidora Mais Saúde foi apontada pela Justiça do Maranhão como integrante de uma organização criminosa, e teve bens bloqueados, atividades empresariais suspensas e contas bancárias congeladas por decisão judicial — o que tornaria inviável o cumprimento de qualquer obrigação contratual com o poder público.
Diante das evidências, o órgão de controle solicitou a suspensão dos pagamentos e a realização de inspeção in loco para verificar o cumprimento das obrigações eventualmente assumidas pelas prefeituras com a empresa.
O conselheiro Marcelo Tavares acolheu integralmente os pedidos e citou os prefeitos de São Bernardo e Araioses para que apresentem suas defesas no prazo legal.
Operação Barão Vermelho
Deflagrada em setembro deste ano, a terceira fase da Operação Barão Vermelho resultou na interdição de três empresas — entre elas a Distribuidora Mais Saúde — e na prisão de três pessoas em Teresina (PI).
A ação é conduzida pelo Gaeco do Maranhão, com apoio do Gaeco do Piauí, e investiga um grupo criminoso suspeito de envolvimento em lavagem de dinheiro, tráfico de drogas, receptação de cargas roubadas e falsificação de documentos de veículos em três estados: Maranhão, Piauí e Paraíba.
Durante as diligências, os promotores cumpriram 23 mandados de busca e apreensão, quatro de prisão e três de interdição de empresas, sendo 20 deles em Teresina, onde foram alvo 16 endereços ligados aos investigados.
Além das prisões e interdições, veículos, joias e embarcações, incluindo jet skis, foram apreendidos pelos investigadores.
De acordo com o promotor Francisco Fernando, do Gaeco do Maranhão, a operação visa desarticular uma complexa rede criminosa com ramificações em diversos setores empresariais e fortes indícios de fraudes em contratos públicos.





