Presidente Trump anuncia tarifa extra de 10% para países do Brics e aliados do bloco

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que irá aplicar uma tarifa extra de 10% sobre os países que integram o Brics e nações que se aproximarem das políticas do grupo. A medida, segundo Trump, é uma resposta ao que ele considera ser uma tentativa do bloco de economias emergentes de prejudicar os interesses norte-americanos e desvalorizar o dólar.

“Eles têm que pagar 10% se estiverem no Brics, porque o Brics foi criado para nos prejudicar. O Brics foi criado para desvalorizar o nosso dólar. Tudo bem se eles quiserem jogar esse jogo, mas eu também posso jogar”, afirmou Trump ao anunciar a taxação.

Apesar de dizer que o Brics “não é uma ameaça séria”, Trump voltou a criticar o bloco, que atualmente conta com 11 países-membros: Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Egito, Irã, Etiópia e Indonésia. Além disso, outros países, como Nigéria, Belarus, Bolívia, Cazaquistão, Cuba, Malásia, Tailândia, Uganda e Uzbequistão, participam como parceiros.

Durante seu primeiro mandato (2017-2021), Trump não havia direcionado ataques diretos ao Brics, embora tenha protagonizado confrontos com membros do grupo, como China e Rússia. Agora, em seu segundo mandato, o cenário se mostra diferente, em meio à ampliação do bloco e ao fortalecimento dos laços entre seus integrantes.

Criado em 2009, o Brics defende uma reformulação na governança global e busca aumentar o poder de decisão dos países emergentes em organizações internacionais, como o FMI e o Banco Mundial. Para analistas, a união desses países, somada à rivalidade entre Estados Unidos, China e Rússia, contribuiu para que Trump adotasse uma postura mais dura em relação ao bloco.

A taxação anunciada pode tensionar ainda mais as relações comerciais dos EUA com economias emergentes, além de impactar aliados norte-americanos que hoje fazem parte do Brics, como Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos. O governo norte-americano, no entanto, afirma que a medida é necessária para proteger a economia dos Estados Unidos e o dólar em meio ao que considera uma tentativa de enfraquecimento de sua liderança global.

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