O empresário foi preso em 28 de outubro de 2023, após fugir de uma blitz e atingir o policial militar Yuri Basílio Cardoso com uma BMW, na DF-010.
Para a acusação, o atropelamento não ocorreu propositadamente; por isso, se trataria de crime culposo. Além disso, o MPDFT considerou que o PM atropelado mentiu no depoimento sobre a dinâmica dos fatos. Após a fuga do empresário, o passageiro do veículo, Islan da Cruz Nogueira, à época com 24 anos, acabou baleado por policiais e morreu na hora.
Em depoimento na delegacia, o militar atropelado relatou que Raimundo teria jogado o carro na direção dele e o atropelado. Também detalhou que o acusado supostamente engatou a ré, virou o carro para a direita, acelerou na direção dele, atingiu o PM no joelho esquerdo e fugiu.
O policial atropelado declarou que a ação do motorista o fez disparar contra o pneu da BMW, antes de tropeçar e cair ao chão. “Assim agindo, o denunciado [Raimundo] iniciou a execução de um crime de homicídio, que não se consumou por circunstâncias alheias à vontade dele, eis que o ofendido [Yuri] conseguiu desviar do veículo e não foi atingido em região de imediata letalidade”, detalhou o documento assinado pelo promotor de Justiça Marcello Oliveira Medeiros.
“Ocorre que a prova dos autos, em especial os depoimentos das testemunhas e as imagens dos fatos, não revelam que o réu direcionou o veículo propositadamente na direção da vítima, mas sim para se evadir da abordagem policial”, completou o promotor, em memorial apresentado pelo MPDFT ao Tribunal do Júri de Brasília (DF).
Ainda segundo o promotor, Yuri estava ao lado do veículo quando houve a fuga da blitz, o que permitiu concluir não ser possível a Raimundo atropelar o policial militar.