O policial militar Eguinaldo José de Souza Júnior, 41 anos, – preso em flagrante, na noite desta terça-feira (22/11), após atirar em um adolescente de 16 anos durante uma briga de trânsito – teve a prisão em flagrante convertida em preventiva na manhã desta quarta-feira (23/11), após audiência de custódia. O caso ocorreu em frente a uma padaria, no Jardim Botânico, no Distrito Federal.
Segundo a juíza, a prisão preventiva do autuado, se faz necessária para o resguardo da ordem pública. “O caso é de conversão da prisão em flagrante em prisão preventiva ante a gravidade em concreto dos fatos. O autuado é militar. Na suposta abordagem aos populares, valeu-se de atos de violência, sem se identificar como policial, demonstrando excessiva periculosidade para a comunidade local”, disse o magistrado.
“O desequilíbrio aparentemente demonstrado dá indicativos de vulnerabilidade da ordem pública caso seja solto. Desse modo, outras medidas cautelares não se mostram suficientes nesse momento ”, completou.
Segundo testemunhas, a confusão teria começado após o policial acusar a condutora de uma moto de ter colidido na traseira do veículo dele. Em uma gravação, o militar aparece discutindo com um grupo de pessoas em frente à entrada do condomínio Solar de Brasília, alegando que a jovem não poderia deixar o local.
Nas imagens, é possível ver o PM imobilizando a menina com um golpe popularmente conhecido como “mata leão”. Em reação, as pessoas presentes no local partem para cima dele e tentam ajudar a moça a se soltar.
“O policial tinha pedido para minha irmã chamar algum responsável, que tivesse carteira de motorista, para ir ao local. Fomos eu, nosso pai, meu irmão e um tio encontrá-la. O policial ficou nervoso e não queria deixar ela ir embora depois que nós chegamos. Foi aí que partimos pra cima dele e ele disparou contra o meu irmão”, relata o mecânico Ícaro Ribeiro, 18, irmão da vítima.
Nesse momento, ele saca a arma de fogo e começa a atirar no meio do grupo. Um dos disparos atingiu o jovem, que aparece nas imagens sem camisa. O rapaz cai ferido no chão.
O homem continua segurando o revólver, enquanto é confrontado por outras duas pessoas. Um deles chega a gritar: “Atira em mim”, e avança em direção ao sujeito armado. Alguns outros envolvidos pedem calma e acusam o suspeito de ter “matado o rapaz”.
O rapaz baleado foi atendido por uma equipe do Samu. Segundo o irmão da vítima, ele foi encaminhado para o Hospital de Base com uma fratura exposta na perna atingida e corre risco de não voltar a andar. O estado de saúde dele, ainda de acordo com o familiar, é considerado grave.